quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Posse de Dilma contará com representantes de 132 países

Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, estará entre os estrangeiros que participarão de cerimônia no sábado

iG Brasília | 30/12/2010 17:31

O Ministério das Relações Exteriores confirmou a presença de representantes de 132 países na posse da presidente eleita Dilma Rousseff. Segundo o Itamarity, serão 23 chefes de Estado ou de Governo, nove vices, 24 chanceleres e 76 embaixadores ou encarregados de negócios.

Haverá, ainda, dez os representantes de organismos internacionais, entre eles a União Européia e a Organização das Nações Unidas (ONU). 

No protocolo da posse, Dilma deverá ser recebida pelos representantes estrangeiros no Palácio do Planalto depois de receber a faixa presidencial de Lula e pouco antes de fazer seu pronunciamento à nação.

Dilma deverá receber 11 presidentes, sendo que o único que não é representante de país da América Latina é o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. A Palestina foi reconhecida como Estado recentemente pelo Brasil.
Entre os presidentes da América do Sul, estarão presentes Hugo Chávez, da Venezuela; Sebastián Piñera, do Chile; Evo Morales, da Bolívia; José Alberto Mujica Cordano, do Uruguai; Alan García, do Peru; e Juan Manuel Santos, da Colômbia. A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, declarou que não viria por motivos pessoais, mas envia seu ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, também confirmou sua presença no evento. Ela deverá passar apenas três horas no país, e deve participar apenas da recepção a Dilma no Palácio do Planalto, sem ficar para o evento comemorativo no Itamaraty na noite do dia primeiro.

EUA confirmam vinda de Hillary Clinton para a posse de Dilma (Postado por Erick Oliveira)

Brasil é 'parceiro essencial' dos americanos, diz Departamento de Estado.
País espera aprofundar relações com Brasil, segundo diplomacia americana.

O Departamento de Estado dos EUA confimou que a secretária de Estado Hillary Clinton vem ao Brasil em 1º de janeiro de 2011 para participar da cerimônia de posse de Dilma Rousseff.
Em nota publicada na quarta-feira (29), o Departamento de Estado afirma que o Brasil é um "parceiro essencial" no hemisfério e no mundo, e que os EUA estão comprometidos a aprofundar sua relação com o governo e o povo brasileiros em um amplo leque de questões bilaterais, regionais e globais.
"Os EUA aguardam para trabalhar com a presidente eleita Rousseff e sua administração para avançar nesses e em outros objetivos comuns", completa a nota.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Dilma, uma "Dama de Ferro" na presidência

Terra Brasil - ‎há 25 minutos‎
Dilma Rousseff, uma economista de 63 anos com um perfil mais técnico que político, assumirá no dia 1º de janeiro o lugar de seu mentor, Luiz Inácio Lula da Silva, para se tornar a primeira presidente do Brasil. Seu governo recebe um Brasil como uma das ...
Vídeo: GAZETA NEWS 27/12/2010 Jornal da Gazeta
ARIQUEMES ONLINE - Portal MS - Notícias - pe360graus.com - Valor Online

domingo, 26 de dezembro de 2010

Posse de Dilma tem 30 autoridades internacionais confirmadas

Agência Brasil/JG
 
No próximo sábado (1º), cerca de 20 mil pessoas devem acompanhar a cerimônia de posse da presidenta eleita, Dilma Rousseff. Para garantir que tudo corra bem, foi realizado hoje (26) o último ensaio antes do evento, promovido pelo cerimonial do Itamaraty. Segundo o chefe do cerimonial, embaixador George Prata, o objetivo é fazer um “ajuste fino” para que não ocorram problemas.

Para que o ensaio fosse feito, o trânsito foi interrompido na Esplanada dos Ministérios. A cerimônia de posse está prevista para começar às 14h10, em frente à Catedral Metropolitana de Brasília. Dilma seguirá em direção ao Congresso Nacional dentro do Rolls-Royce presidencial. O carro já foi usado no ensaio desta tarde, entretanto, no lugar da presidenta eleita, estava a funcionária do Senado Juliana Rabelo. 

O carro presidencial será acompanhado por batedores motorizados e agentes da Polícia Federal. De acordo com Prata, foram ensaiadas duas chegadas ao Congresso Nacional, onde ocorrerá o juramento à Constituição. Caso o tempo esteja ensolarado, Dilma entrará com o carro aberto e subirá pela rampa principal, no entanto, se houver chuva, ela entrará com o carro fechado pela chapelaria.

Do Congresso, Dilma seguirá para o Palácio do Planalto para receber a faixa presidencial e discursar. “Tudo isso vai variar de acordo com o tempo. 

Ensaiamos as duas versões. Caso chova, ela não subirá pela rampa do Palácio do Planalto e fará o discurso dentro do palácio. A presidenta também adiantou que prefere ir sozinha no carro presidencial”, afirmou o embaixador.
Cerca de 1,3 mil homens das Forças Armadas vão fazer a segurança da cerimônia. Segundo o coronel do Comando do Planalto, Carlos José Penteado, as três Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica - estão envolvidas. “Estamos nos preparando há mais de seis meses. Este é o momento de levantarmos os problemas e corrigi-los”.

Depois da cerimônia no Palácio do Planalto, Dilma recepcionará chefes de Estado, ministros e outras autoridades em um coquetel no Itamaraty. 

A previsão é que o evento termine às 21h. 

Segundo o chefe do cerimonial do Itamaraty, até o momento 30 autoridades internacionais, sendo 12 chefes de Estado estão confirmados para a cerimônia. 

“Estão confirmados os chefes de Estado da Bolívia, Venezuela, Colômbia, do Peru, Uruguai, Paraguai, Suriname e Chile. A delegação da Argentina ainda não confirmou. Também devem vir o primeiro ministro da Coreia do Sul, o príncipe das Astúrias e a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton”, disse.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Confira como fica o Ministério de Dilma Rousseff

Último Segundo - iG - ‎há 30 minutos‎
A presidenta eleita Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira os últimos integrantes do seu futuro Ministério. Entre chefias de pastas, secretarias e órgãos com status de ministério, Dilma teve de escolher 38 nomes. ...
Pernambuco.com - Estadão - O Dia Online - R7

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Dilma divulga nova lista de ministros e coloca Alexandre Padilha na Saúde (Postado por Erick Oliveira)

A presidente eleita Dilma Rousseff oficializou nesta segunda-feira (20) a indicação de sete nomes que passarão a integrar o governo a partir de 2011. A lista inclui seis ministros e também o indicado para ocupar a Advocacia Geral da União (AGU). O anúncio foi realizado através de nota divulgada pela assessoria da equipe de transição.

Os nomes dos novos ministros divulgados no começo desta noite são:

Alexandre Padilha (PT) - Ministério da Saúde
Ana de Hollanda - Ministério da Cultura
Orlando Silva Jr. (PC do B) - Ministério dos Esportes
Mário Negromonte (PP) - Ministério das Cidades
Luiza Helena de Bairros (PT) - Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial
Tereza Campello (PT) - Ministério do Desenvolvimento Social
Luís Inácio de Lucena Adams - Advocacia Geral da União (AGU)
Com a divulgação dos sete nomes, Dilma confirma a permanência dos ministros Padilha, que deixa a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, e Orlando Silva, que seguirá nos Esportes. A indicação de Padilha sepulta a chance de Sérgio Cortes assumir a pasta da Saúde. O político foi uma indicação de Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que acabou não sendo confirmada.
Uma das novidades é o nome da atriz, cantora e compositora Ana de Hollanda, irmã do cantor Chico Buarque. Em novembro, Lula agradeceu publicamente o cantor por apoiar Dilma na campanha eleitoral. A lista divulgada nesta segunda ainda acrescenta ao ministério outras duas mulheres, elevando a cota feminina de Dilma para sete  ministras até agora.
Dilma ainda deve indicar outros sete nomes para concluir a sua equipe de governo. Ainda precisam ser definidos os ministros do Desenvolvimento Agrário e da Integração Nacional, além do ministro-chefe Gabinete de Segurança Institucional e das secretarias de Relações Institucionais, Especial de Políticas para as Mulheres e Especial de Portos. Outro nome que deve ser indicado antes da posse é o do responsável pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Reuniões
A presidente eleita esteve durante o dia em reuniões de trabalho. Pela manhã, Dilma esteve com os três comandantes das Forças Armadas: Enzo Peri (Exército), Julio Soares Neto (Marinha) e Juniti Saito (Aeronáutica). A assessoria da equipe de transição não confirmou se a reunião tinha como objetivo debater mudanças no comando das forças.
Antes do almoço, a presidente eleita recebeu no Centro Cultral Banco do Brasil (CCBB) o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Depois de uma conversa rápida, o ministro disse que não poderia confirmar indicações de ministros. Dilma passou a tarde na residência oficial da Granja do Torto. A assessoria do governo do transição não confirmou nenhuma agenda oficial.

Outros ministros
O anúncio anterior havia sido realizado na quarta-feira (15). Nele, foram oficializados:

- Antonio Patriota (sem partido) (Relações Exteriores)
- Nelson Jobim (PMDB): Defesa
- Fernando Pimentel (PT): Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
- Aloizio Mercadante (PT): Ciência e Tecnologia
Na quarta-feira (8), outros dez ministros tinham sido anunciados:
- Edison Lobão (PMDB-MA): Ministério das Minas e Energia
- Wagner Rossi (PMDB-SP): Ministério da Agricultura
- Pedro Novais (PMDB-MA): Ministério do Turismo
- Garibaldi Alves (PMDB-RN): Ministério da Previdência
- Moreira Franco (PMDB-RJ): Secretaria de Assuntos Estratégicos
- Ideli Salvatti (PT-SC): Ministério da Pesca
- Maria do Rosário (PT-RS): Secretaria de Direitos Humanos
- Paulo Bernardo (PT-PR): Ministério das Comunicações
- Alfredo Nascimento (PR-AM): Ministério dos Transportes
- Helena Chagas (sem partido): Secretaria de Comunicação Social
No começo do mês, a equipe de transição de governo informou os nomes dos ministros que vão compor o chamado "núcleo palaciano", todos integrantes da coordenação da campanha eleitoral de Dilma Rousseff:

- Antonio Palocci (PT-SP): Casa Civil da Presidência
- Gilberto Carvalho (PT-SP): Secretaria-Geral da Presidência
- José Eduardo Cardozo (PT-SP): Ministério da Justiça
O primeiro bloco de ministros oficializado pela presidente eleita reuniu os integrantes da equipe econômica:
- Guido Mantega (PT-SP): Ministério da Fazenda
- Miriam Belchior (PT-SP): Ministério do Planejamento
- Alexandre Tombini (sem partido): presidência do Banco Central

sábado, 18 de dezembro de 2010


Dilma participa de coquetel para comemorar diplomação

Por LISANDRA PARAGUASSÚ, estadao.com.br 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente eleita, Dilma Rousseff, e o vice-presidente eleito, Michel Temer, chegaram por volta das 19h30 ao coquetel no Itamaraty em comemoração à diplomação dos dois eleitos.



Ao subir a escadaria para o salão Brasília, onde ocorre o evento, o presidente não quis falar, afirmando ser o dia de Dilma.

Apenas posou para fotos. Ao seu lado, a primeira-dama Marisa Letícia brincou: 'Quando ele está comigo não fala.' Já Dilma, perguntada se a escolha de ministros estava perto final, disse que está no 'quase'.

Foram distribuídos 400 convites para o coquetel, somando cerca de 800 pessoas. Entre os convidados, ministros, futuros ministros e ex-ministros, parlamentares, empresários e políticos ligados ao PT e partidos aliados, além de diplomatas.

Estavam na lista de Dilma o atual presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamoto, que será responsável pelo instituto de Lula; o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), ministros já confirmados no cargo, como Nelson Jobim (Defesa), José Eduardo Cardozo (Justiça), e Izabella Teixeira (Meio Ambiente). E também outros que gostariam de ficar, como Juca Ferreira, da Cultura.

No cardápio da comemoração da diplomação de Dilma e Temer, apenas pratos brasileiros. Serão servidos canapés, casquinha de siri, lula e picadinho de carne. Vinhos e espumante nacional completam o cardápio.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Por ''cota'', eleita quer mulher no Esporte (Postado por Erick Oliveira)

A presidente eleita Dilma Rousseff deve anunciar hoje o nome da ex-prefeita de Olinda e deputada federal Luciana Santos (PC do B) para o Ministério do Esporte. Definida a cota desse partido, a prioridade é fechar um acordo com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Como o deputado Ciro Gomes voltou à cena pedindo um dos dois ministérios reservados para o partido, o PSB quer mais uma pasta para apaziguar a bancada na Câmara.
Ontem, Dilma anunciou mais três ministros. Decidiu manter Carlos Lupi (PDT) no Ministério do Trabalho e Izabella Teixeira - como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedira - à frente do Meio Ambiente. Outro que foi confirmado no posto é Fernando Haddad, que seguirá na Educação. Agora, são 23 nomes anunciados, em um total de 37 ministérios.
Em conversa com a presidente eleita na Granja do Torto ontem, a cúpula do PC do B reivindicou a manutenção de Orlando Silva no Esporte, mas Dilma não atendeu, alegando que a pasta ajudaria a compor a cota de mulheres no ministério.
Experiência. Um dirigente comunista que acompanha as negociações adianta que, no momento em que Dilma comunicar oficialmente a escolha de Luciana, o partido fará a ponderação de que a experiência de Orlando Silva - que está no Esporte há oito anos, como secretário executivo e ministro - deve ser aproveitada. Afinal, a pasta terá de organizar os cinco maiores eventos esportivos do planeta até 2016.
Setores do partido estão preocupados com o desempenho da legenda. Dizem que 'caíram no colo do PC do B' a organização da Olimpíada e dos Jogos Paraolímpicos, de grande complexidade. Há ainda a Copa América e a das Confederações, que precedem a Copa do Mundo de Futebol de 2014.
A reivindicação de mais um ministério para os socialistas foi levada ao futuro ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, na quinta-feira. Participaram da conversa Eduardo Campos, o governador do Ceará, Cid Gomes, além do vice-presidente do partido, Roberto Amaral. Os socialistas argumentaram que era preciso contemplar a bancada que dá os votos ao governo na Câmara. A ideia é indicar um deputado para a terceira pasta. O mais cotado é o vice-líder governista Beto Albuquerque (RS), mas Márcio França (SP) ainda está no páreo.
Manuela. Na conversa com Dilma, os dirigentes do PC do B deixaram claro que consideram a deputada Manuela D'Ávila (RS) um quadro de expressão nacional, mas não uma opção para o ministério no momento. Argumentaram que o comando da pasta do Esporte diante da agenda mundial é tarefa que pressupõe continuidade e, dentro de um ano e meio, Manuela deve deixar a Câmara para se candidatar à Prefeitura de Porto Alegre.
Reeleita com 500 mil votos, a deputada é o nome mais forte do chamado campo da esquerda para disputar o comando da capital gaúcha. O PC do B não quer perder a oportunidade de lançá-la porque avalia que o PT não tem nenhum nome forte para fazer frente a ela, que poderá ser lançada como opção de consenso.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Projeção do mercado para crescimento da economia em 2010 sobe para 7,61%

Na comparação com o mesmo período do ano passado, a expansão do terceiro trimestre foi de 6,7%


A projeção de analistas do mercado financeiro para o crescimento da economia este ano aumentou de 7,54% para 7,61%. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, consta do boletim Focus, divulgado às segundas-feiras pelo Banco Central (BC).
Na última quinta, dia 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 0,5% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. No segundo trimestre, o crescimento havia sido de 1,8%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a expansão do terceiro trimestre foi de 6,7%. O PIB acumulado do ano teve um crescimento de 8,4% em relação ao dos três primeiros trimestres de 2009. No acumulado dos 12 meses, a economia cresceu 7,5%.
Para 2011, a projeção dos analistas para a expansão do PIB permanece em 4,5%, há 53 semanas.
Além da estimativa para o PIB, consta da pesquisa feita pelo BC a expectativa para a expansão da produção industrial, que passou de 10,70% para 10,67%, este ano, e de 5,30% para 5,35%, em 2011.
A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi ajustada de 40,50% para 40,60%, em 2010, e de 39,50% para 39,55%, em 2011.
A expectativa para a cotação do dólar passou de R$ 1,71 para R$ 1,70, ao final deste ano, e permaneceu em US$ 1,75, ao fim de 2011.
A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) passou de US$ 16,24 bilhões para US$ 16,1 bilhões, este ano, e permaneceu em US$ 8 bilhões, em 2011.
Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) este ano, a estimativa foi mantida em US$ 50 bilhões. Para 2011, a projeção de déficit passou de US$ 68,8 bilhões para US$ 69,05 bilhões.
A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) permaneceu em US$ 30 bilhões, este ano. Para 2011, a projeção foi ajustada de US$ 37,5 bilhões para US$ 38 bilhões.

AGÊNCIA BRASIL

domingo, 5 de dezembro de 2010

''Ninguém engana a Dilma nem põe faca no pescoço dela''

Escolhido para ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Carvalho diz que presidente eleita não será refém de partidos

05 de dezembro de 2010 | 0h 00
 
Vera Rosa / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Testemunha privilegiada dos bastidores do Palácio do Planalto, o ex-seminarista Gilberto Carvalho sempre atuou longe dos holofotes, como chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há quatro dias, Dilma Rousseff deu-lhe uma ordem sem direito a réplica: "Gilbertinho, passe um Gumex no cabelo e ponha um terno bem bonitinho porque vou anunciá-lo na sexta-feira como ministro da Secretaria-Geral da Presidência."
As horas se passavam e nada de anúncio. Até que, muito tempo depois de ter lido um salmo do Evangelho de Cada Dia - prática adotada desde 2003, antes de iniciar o expediente -, Carvalho telefonou para a presidente eleita. "Você me deve um vidro de Gumex", cobrou ele, rindo. Foi quando Dilma leu para o futuro ministro a nota, que acabara de ser redigida, oficializando sua indicação. "Eu tardo, mas não falho", disse ela.
Na noite de sexta, Carvalho recebeu o Estado em seu gabinete no Planalto, decorado com fotos de seus cinco filhos - dos quais duas meninas adotivas - e imagens de São Francisco e do Espírito Santo. O homem que será ouvidor dos movimentos sociais ficou com os olhos marejados ao falar do apoio dado a ele por Lula quando teve de depor na CPI dos Bingos, em 2005, e garantiu que Dilma não será refém de partidos.
Diante das cotoveladas entre o PT, o PMDB e outros aliados por cargos no primeiro escalão, Carvalho pediu que todos mantenham a calma. "Ninguém engana a Dilma nem deve achar que na base do grito vai levar alguma coisa", avisou. "A pior coisa que tem é botar a faca no pescoço dela."
A Secretaria-Geral da Presidência vai mudar de perfil no governo Dilma?
Até se pensou nisso, mas a conclusão foi a de que a secretaria deveria permanecer com a mesma natureza, que é o trabalho de articulação e diálogo com os movimentos sociais no seu amplo espectro. Aí estão incluídos os movimentos sindicais, movimento popular, ONGs, igrejas...
O presidente Lula sempre diz que os movimentos sociais salvaram o governo dele. Por quê?
Ele se refere à questão de 2005, quando houve aquela ameaça de impeachment. Uma vez ele falou para mim: "Esses caras falam de impeachment porque não sabem da minha relação com o povo." Mas eu diria que os movimentos salvaram o governo em outro aspecto também. Esse diálogo, que em geral é tenso, permitiu a Lula ter novos projetos, como o ProUni.
É justa a reivindicação de salário mínimo de R$ 580?
É papel das centrais sindicais reivindicar, tensionar com o governo. Eu diria que justo seria um salário mínimo talvez de R$ 1, 5 mil, do ponto de vista de uma vida digna e decente para todos os brasileiros. O governo, por seu turno, tem de ver o que pode fazer sem irresponsabilidade. Temos um acordo com as centrais de um reajuste permanente do mínimo. Não adianta dar aumento muito acima e no ano seguinte ter de recuar porque isso pode provocar crise na economia, nas prefeituras.
O sr. é um dos últimos sobreviventes do núcleo duro do governo Lula. Como é o presidente na intimidade?
É uma pessoa muito boa de lidar, que vai deixar saudade. É duro, muito duro. Às vezes fico com pena dos ministros que recebem certos telefonemas dele. Fico com pena de mim mesmo (risos). Acho que fui o cara que mais apanhou nestes oito anos aqui, até pela proximidade. Para azar nosso, ele tem uma memória prodigiosa.
Cobra resultados?
Cobra. E sem misericórdia. Mas, ao mesmo tempo, é o cara que dois minutos depois já esqueceu aquilo e é superafetuoso. Tem um episódio que nunca vou esquecer na minha vida.
Qual?
Foi quando eu fui exposto, na CPI dos Bingos (em 2005), por causa da questão de Santo André. O presidente sabia da maldade de tudo aquilo, um jogo político, mas podia ter se livrado de mim. E houve um dia em que teve aquela acareação com os irmãos do Celso Daniel (prefeito assassinado de Santo André). Lula ia viajar às 18 horas. Eu cheguei de volta do Congresso lá pelas 19 horas e ele estava na minha sala me esperando. Atrasou a viagem, passou a mão na minha cabeça e falou: "Gilbertinho, você não tem uma cachacinha pra gente tomar aí, não?" Um cara desses você morre por ele. Sou um privilegiado.

Como o sr. explica ter se tornado réu em processo de corrupção na Prefeitura de Santo André?

Sou réu num processo civil a partir de denúncia feita por um dos irmãos do Celso, dizendo que eu contei para ele que levava dinheiro para o José Dirceu. Não tem prova nenhuma. É doloroso para mim ser acusado de uma coisa que não devo. Eu faço 60 anos em janeiro e meu capital não chega a R$ 300 mil.
Quais as diferenças de estilo entre Lula e Dilma?
A diferença mais forte é essa questão do carisma e da relação com o povo. Dilma é uma militante que veio da classe média, que participou da luta social e foi se aproximando aos poucos dos movimentos. Bem antes da eleição, ela dizia que, mesmo que nada desse certo, o presidente tinha lhe dado um grande presente.

Que presente?

Era justamente essa aproximação com o povo. Ela dizia que tinha medo de ser uma relação demagógica, essa coisa de abraçar criancinha, mas que se sentiu emocionada ao se aproximar das pessoas. Isso a fez mudar por dentro. E a Dilma é uma pessoa muito sensível. Um dia, quando ela era ministra de Minas e Energia, estávamos conversando sobre poesia e no dia seguinte me trouxe as obras completas de Adélia Prado.
Agora, ao indicá-lo para ministro, ela lhe fez algum pedido especial?
Na primeira conversa mais clara sobre a Secretaria-Geral, há uns dez dias, ela falou: "Gilbertinho, preciso de você para me dizer as verdades. Você vai ficar do meu lado criticando, falando as coisas com clareza. Preciso de você me trazendo a sensibilidade dos movimentos sociais." Fiquei muito animado.

O fato de a futura presidente não ter traquejo político não pode torná-la refém dos partidos, principalmente nessa disputa por cargos entre o PT e o PMDB?

Quero dizer que não convém nunca subestimar a Dilma. Quem o fez quebrou a cara na campanha eleitoral. Ela mostra uma capacidade de aprendizado e de habilidade política surpreendentes. Ninguém engana a Dilma nem deve achar que na base do grito vai levar alguma coisa. A pior coisa que tem é botar a faca no pescoço dela porque aí a reação é mais dura. Ela não será refém. Aliás, é fundamental que ela tenha essa ligação fortíssima com os movimentos sociais, que pode funcionar como contraponto a esse tipo de pressão.
Mas na montagem do novo governo já houve um curto-circuito, quando o governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou o ministro da Saúde e teve de recuar, depois de uma rebelião no PMDB...
E você viu qual foi a atitude dela, não é? A Dilma tem essa vantagem, é muito transparente. É natural que haja tensões. Agora, se fosse atender a todas as demandas, teríamos de ter uns 60 ministérios...

O presidente sugeriu a Dilma que mantivesse muitos ministros. Isso não deixa a nova gestão com cara de governo antigo?

Eu sou testemunha de muitas conversas entre os dois. Quando a Dilma pergunta, ele dá opinião. Mas Lula age com muito cuidado e tem opiniões diferentes de algumas das nomeações que ela fez.
Em que cargos?
No Banco Central, por exemplo. É verdade que o governo Dilma tem um pouco da cara do governo Lula. Agora, você sabe que o ministério que começa não é o que termina. É natural que, aos poucos, Dilma vá dando cada vez mais a feição dela ao governo.
Lula sentirá falta do Planalto?
Ah, sim, está muito mais emotivo. Outro dia quando o Franklin (Martins, secretário de Comunicação Social) lembrou que era 1.º de dezembro, ele deu um grito. "Não, não, não. Não fale isso!", disse. Lula vai sentir muita falta. Ele se preparou para isso e adora ser presidente. Para deixar, vai ter síndrome de abstinência (risos).
Ele disse a José Dirceu que vai desmontar a farsa do mensalão. O que significa exatamente isso?
Lula quer fazer, fora da Presidência, uma análise detalhada do que foi, de fato, aquele processo. Quando fala em farsa do mensalão é porque está convencido de que nunca foi dado dinheiro para alguém votar com o governo. Ele não nega erros e problemas de uso de recursos. Nega o nome mensalão. E sempre disse: "Quem comprou voto foi o Fernando Henrique na reeleição."

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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Anúncio de equipe ministerial do governo Dilma acontecerá nesta sexta

SRZD - ‎há 3 horas‎
A indicação da equipe ministerial do governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, será anunciado nesta sexta-feira pela equipe de transição. O anúncio dos novos nomes deve ocorrer no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. ...
Vídeo: TRANSIÇÃO - Dilma Rousseff deve anunciar até o dia 15, os nomes dos ministros de seu governo. TV NBR
Estadão - O Globo - Terra Brasil - O Globo