A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta sexta-feira (22), que ficou "estarrecida" com trecho do relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia do país. A presidente criticou a parte em que o órgão previu a "continuidade da situação crítica no Brasil". Ela deu a declaração em evento do PDT, em Brasília.
Nesta semana, o FMI piorou a perspectiva de queda da economia brasileira em 2016 e informou que não vê mais retomada do crescimento em 2017 – como era previsto pela entidade em outubro. A piora na economia brasileira vai pesar sobre a economia mundial como um todo, segundo o fundo.
"Eu fiquei recentemente estarrecida com uma frase que li no relatório do FMI. Nós sabemos que o FMI fala muita coisa. No último relatório dele, avaliando a economia internacional, ele diz que três fatores são muito relevantes no atual cenário e explica as dificuldades que o mundo enfrenta: a diminuição do crescimento da China, instabilidade no Oriente Médio, e o terceiro era a continuidade da situação crítica no Brasil", afirmou a presidente.
Em seguida, Dilma comentou o trecho em que o relatório atribui a situação crítica do país não à economia, mas à instabilidade política e às investigações da Operação Lava Jato.
"Ao que ele [FMI] atribuía a situação crítica do Brasil? Não era da economia, eram duas coisas. Instabilidade política e o fato de as investigações quanto à Petrobras terem prazo de duração maior e mais profundo do que eles esperavam, e que isso seriam os dois principais fatores responsáveis pelo fato de eles terem de rever posição do FMI em relação ao crescimento da economia no Brasil", continuou Dilma.
Nesse ponto do discurso, a presidente afirmou que tem certeza que o Brasil vai alcançar a estabilidade política e terá tranquilidade para retomar o crescimento econômico.
"Na democracia, é absolutamente normal que a oposição critique, que qualquer um critique, se manifeste, divirja do que está acontecendo. Isso é normal, mas nós não podemos aceitar que as questões essenciais para o país não sejam objeto de ação conjunta para voltarmos a gerar emprego e renda. Faremos nossa parte", disse.
A presidente afirmou que "tem gente que acaba com programa social porque tem de acabar" e disse que o governo dela não faz isso. "Nós assegurarmos, reformamos para melhorá-los e preservá-los. Vamos voltar a investir no Brasil e vai voltar a crescer. Temos fundamentos sólidos mesmo diante de uma crise. [...] Nós não vamos parar com a inclusão social e não vamos parar de dizer que a educação é uma questão central", afirmou.
Banco Central
Na terça-feira (19), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, divulgou uma nota na qual comentava o relatório do FMI. No texto, Tombini dizia que as revisões no crescimento do país realizadas pelo fundo monetário foram "significativas".
Segundo o presidente do BC admitiu a alguns interlocutores, ele estava consciente de que a nota causaria controvérsia, mas avaliava que, se a surpresa ficasse para quarta-feira, dia do anúncio da decisão do Copom, os danos seriam ainda maiores.
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