quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dilma adia a negociação com ‘aliados’ para dezembro

  Sérgio Lima/FolhaDilma Rousseff adiou para dezembro a negociação com os partidos que compõem a coligação que lhe dará suporte no Congresso.

Foi o que ela informou a dois personagens com os quais se reuniu, separadamente, nesta terça (23).

Recebeu Michel Temer, vice eleito e presidente do PMDB; e Eduardo Campos, governador reeleito de Pernambuco e presidente do PSB.

De acordo com o que disse ao operadores da treansição, Dilma explicou a ambos que, definidos os nomes da equipe econômica, vai escalar o time do Planalto.

Nesta quarta (24), deve oficiliazar Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central).

Na quinta (25), voa para Georgetown, na Guiana, junto com Lula. Participa de reunião da Unasul, o segundo compromisso internacional depois de eleita.

Na semana que vem, segundo disse, concluirá a montagem da cozinha palaciana. E só então abrirá a negociação com os partidos.

Considerando-se o que diz, Dilma já montou ou está muito perto de montar o xadrez do Planalto.

Superou a resistência que nutria à acomodação de Antonio Palocci na equipe da Presidência.

Tentou empurrar Palocci para a pasta da Saúde. Porém, o deputado, médico de formação, refugou o abacaxi.

Agora, sem mencionar o cargo, Dilma deixa antever que Palocci vai mesmo a uma pasta assentada na sede do Planalto.

Seja qual for o ministério, o ex-czar da economia de Lula não terá, sob Dilma, as feições de um superministro. Nem Palocci nem ninguém. 

Para livrar-se da armadilha, Dilma vai retirar da Casa Civil a atribuição de coordenar o PAC e suas obras.

Transferida da assessoria da Presidência para o Planejamento, Miriam Belchior levará com ela o programa que deu superpoderes a Dilma.

Aferrada ao calendário que se autoimpôs, Dilma esquiva-se de antecipar a análise dos nomes que as legendas levarão à mesa.

Limita-se a emitir sinais. Ao PMDB, por exemplo, insinua que a legenda perderá a pasta da Saúde.

Diante da recusa de Palocci, Dilma fixou-se na ideia de nomear outro “técnico” para o lugar do médico José Gomes Temporão (PMDB).

Tomada pelo que informa em privado, Dilma não parece inclinar-se para o petista Alexandre Padilha.

Coordenador político de Lula, Padilha, que também é médico, cabala apoios para virar titular da Saúde.

Padilha move-se com desenvoltura tamanha que despertou em Dilma uma ponta de aversão.

O PMDB decidiu não quebrar lanças por Temporão. Enxerga nele um apadrinhado do governador Sérgio Cabral (RJ), não um representante do pedaço do partido que tem votos no Congresso.

Ao mesmo tempo em que digere a perspectiva de ficar sem a Saúde, os partidários de Temer cultivam a expectativa de que Dilma brinde o PMDB com uma compensação.

Quanto ao PSB de Eduardo Campos, Dilma sinaliza a intenção de tonificar a presença da legenda na Esplanada –um prêmio à lealdade e ao desempenho nas urnas.

São temas que a sucessora de Lula planeja tratar no final da próxima semana, entre os dias 1º e 3 de dezembro. Ela tem a intenção de fechar o ministério até o dia 15.

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Escrito por Josias de Souza às 04h26

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