quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Planalto: pagamentos a Santana não têm relação com Dilma


O Palácio do Planalto afirma que o dinheiro do marqueteiro do PT João Santana no exterior “não tem nenhuma relação” com a campanha da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014. Nem a Polícia Federal diz que existem suspeitas sobre Dilma, mas sim contra o PT. A informação é do jornal Folha de S.Paulo .

Essa é a estratégia adotada pelo governo, que após a operação de segunda-feira (22) da Lava Jato, teme uma paralisação na votação da agenda econômica no Congresso. A equipe de Dilma tem base em um trecho do relatório da PF que diz que os pagamentos do PT para Santana entre 2006 e 2014 totalizaram R$ 171,5 milhões e que “não há indícios e isso deve ser ressaltado, que tais pagamentos estejam revestidos de ilegalidade”.

Outro argumento usado é o de que pagamentos no exterior recebidos por João Santana, tem a possibilidade de ter como origem os serviços prestados por ele em campanhas eleitorais em diversos países.


domingo, 14 de fevereiro de 2016

Dilma segue o script e sai em defesa de Lula

Brasília – Após encontro na véspera com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, às voltas com investigações policiais das operações Lava-Jato e Zelotes, a presidente Dilma Rousseff saiu ontem em defesa do aliado e antecessor no cargo. Ela disse, pela manhã, no Rio de Janeiro, que o colega petista é “objeto de grande injustiça”. Foi a primeira vez que Dilma se posicionou sobre o teor das apurações da Polícia Federal e do Ministério Público em que Lula é investigado. Uma das suspeitas é que o ex-presidente foi beneficiado por obras em imóveis bancadas por empreiteiras que desviaram dinheiro da Petrobras. A outra, que um de seus filhos recebeu dinheiro de uma quadrilha que ‘comprava’ medidas provisórias.

Dilma e o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, se encontraram com Lula na noite de sexta-feira em São Paulo. Na conversa, acertaram detalhes de defesa. A última vez que a presidente e o antecessor estiveram juntos foi em 5 de janeiro, no Palácio da Alvorada, na véspera do depoimento do petista à Operação Zelotes. Na tarde de sexta, Lula se reuniu com o Conselho Político do seu instituto e com os advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin.

A defesa de Dilma ocorre após mais de um mês de ataques à imagem do líder petista. “Acho que o presidente Lula está sendo objeto de grande injustiça”, afirmou ela depois de participar da campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti. “Respeito muito a história do presidente Lula e tenho certeza de que esse é um processo que será superado, porque eu acredito que o país, a América Latina e o mundo precisam de uma liderança com as características dele.” A presidente disse que a conversa com o aliado foi igual às que mantém corriqueiramente. “Eu converso sistematicamente com o presidente Lula.”

Pressionado, Lula prestará depoimento na quarta-feira no Ministério Público de São Paulo, como investigado por ocultação de um triplex no Guarujá. O petista tem se demonstrado abatido com as manifestações contra ele, que incluem um boneco com roupa de presidiário, e com as apurações policiais.

QUATRO PROBLEMAS:
 Lula tem pelo menos quatro problemas para resolver. Um sítio em Atibaia, registrado em nome de dois sócios de seu filho Fábio Luís Lula da Silva, que já foi frequentado pelo ex-presidente 111 vezes, de acordo com dados do Portal da Transparência. Para lá, ele levou mudanças, de acordo com documentos obtidos pela revista Veja. Investigadores da Lava-Jato suspeitam que o imóvel foi reformado pela OAS e pela Odebrecht e serviu para mascarar propinas desviadas da Petrobras.

No Guarujá (SP), o problema se repete em relação ao triplex. Na Zelotes, os investigadores descobriram que Luis Cláudio, outro filho do petista, recebeu R$ 2,5 milhões de uma empresa acusada de pagar propina em troca da aprovação ou facilitação do andamento de medidas provisórias. No Ministério Público Federal em Brasília, Lula é alvo de um inquérito por tráfico de influência internacional em favor da empreiteira Odebrecht.