domingo, 18 de novembro de 2012


'Acato e não discuto' sentenças do STF, diz Dilma sobre mensalão

 
Atualizado em 18 de novembro, 2012 - 17:49 (Brasília) 19:49 GMT 
 
 
Em entrevista ao jornal espanhol El País, a presidente Dilma Rousseff disse que "acata, e não discute" as sentenças do Supremo Tribunal Federal, em comentário sobre as condenações do mensalão.
"Houve diversos procedimentos jurídicos e, como presidente da República, não posso me manifestar sobre as decisões do STF", disse Dilma, segundo entrevista publicada neste domingo. "Acato suas sentenças, não as discuto. O que não significa que ninguém neste mundo esteja por cima dos erros e das paixões humanas."
Ela também comentou a crise europeia, um dia depois de ter voltado a criticar as medidas de austeridade adotadas por diversos países do continente. "Não acho que o problema da Europa seja o modelo de bem-estar social, mas sim que a aplicação de soluções inadequadas para a crise, e o resultado é um empobrecimento da classe média", afirmou.
"Longe de mim propor modelos, mas (no caso do Brasil) o que operou como elemento transformador (da economia) foi comprovar que havia falsos dilemas, idênticos ao que a Europa enfrenta hoje (...), como controlar a inflação ou fomentar o desenvolvimento, reduzir o gasto público ou investir, desenvolver o país para depois distribuir renda (...). Para mim, tudo isso tem que ser abordado simultaneamente."
A presidente está na Espanha para participar da 22ª Cúpula Ibero-Americana, encerrada no sábado, e para encontro com o premiê Mariano Rajoy, na segunda-feira.
 
 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Com jantar no Palácio da Alvorada, Dilma reforça aliança entre PT e PMDB

Encontro servirá mais pelo aspecto simbólico em torno da coalizão do que a discussão de questões práticas

06 de novembro de 2012 | 17h 50
  • Notícia
BRASÍLIA - O jantar marcado para esta terça-feira, 6, à noite pela presidente Dilma Rousseff com a cúpula do PMDB e do PT transmite o recado para o mundo político do fortalecimento da aliança entre os dois partidos, no momento em que as legendas fazem os seus balanços do resultado das eleições municipais. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é esperado para o evento, mas sua assessoria não confirma sua presença. O encontro com os presidentes e líderes partidários, além dos ministros das duas legendas, servirá mais pelo aspecto simbólico em torno da coalizão do que a discussão de questões práticas, inviável com o abrangente público convidado para o jantar no Palácio da Alvorada.
Um integrante da cúpula do PMDB lembra que, em 2008, o então presidente Lula fez o mesmo. Reuniu a cúpula dos dois partidos após as eleições municipais para reforçar a aliança. Dessa vez, a ideia da reunião teria partido do vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, segundo informou uma pessoa próxima a Temer.

Para o PMDB, o encontro tem ainda como pano de fundo a sucessão nas Mesas da Câmara e do Senado em fevereiro no próximo ano. A cúpula peemedebista quer o líder do partido, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), no lugar do petista Marco Maia (RS), mas enfrenta resistências de setores da bancada do PT e assiste ao crescimento da candidatura do deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
No Senado, o PT não faz oposição ao nome que o PMDB escolher, até agora o do líder Renan Calheiros (PMDB-AL), seguindo a regra de que a maior bancada tem o direito de indicar o presidente da Casa. Na Câmara, embora o PT forme a maior bancada, um acordo com o PMDB garante o rodízio do cargo entre os dois partidos. Há permissão, no entanto, para o lançamento de candidaturas avulsas para a presidência, o que poderia atrapalhar as pretensões de Henrique Alves.
Setores do PT esperavam um encontro com a presidente para resolver problemas com a pauta prioritária do Congresso: o projeto de distribuição dos royalties, a medida provisória com mudança no setor elétrico, por exemplo. No entanto, com tantos participantes, um petista já baixou as expectativas e se conformou de que o encontro com a presidente terá um contorno político genérico, com discursos de fortalecimento da aliança e citação de projetos importantes a serem votados no Legislativo.

Tópicos: PT, PMDB, Jantar